Entrevista feita em 5 de janeiro de 2010, Sua vida? Como descrever a vida de uma mulher que batalha contra o cansaço, contra o desconhecimento? Ela, que representa o povo oculto por um pano de seda branco transparente, que fingimos não existir para que não nos sintamos criaturas cruéis, se recusa a cair, se recusa a desistir? Eu pensei em fazer uma edição grandiosa de suas falas, arrumar a gramática, usar meus dotes de escrita. As vezes, eu o fiz, outras, deixei que falasse como bem desejasse. Tentei não interromper, durante a entrevista, controlei meu anseio de elogiar ela, elogiar a garra e a força que ela carrega e faz a minha não chegar nem perto do rapo do tacho , se nos compararmos. Na entrevista, me mantive calada em relação aos elogios, queria escutar a versão crua e sofrega que ela tinha, não queria intimá-la com minhas palavras; mas foi impossível deter os dedos que redigiram as falas. Por este ato, peço desculpas ao leitor que se sentir incomodado.