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Quando um namoro acaba a amizade também deve ir...



Eu já tive um grande amigo ao qual me apaixonei. Aquele amigo que nossos corpos sabiam conversar em silêncio, elogiar e contar piadas que ninguém mais compreenderia. Acredito que naquela época nossa sintonia era intensa ao ponto de ser frágil, ser possessiva, ciumenta, mas cuidadosa e atenta também. Um sabia quando era hora de arrancar o outro do mundo e deixar que desacelerasse. Um sabia cuidar do outro.

Mas tudo isto acabou.

É interessante pensar que foi graças a este relacionamento que eu aprendi o quão grande é o nosso medo em relação a honestidade. Temos medo de que se falarmos que ainda zelamos por aquele que quebrou o nosso coração, as pessoas nos chamem de trouxa.

O que as pessoas não parecem lembrar é que o passado ainda está ali, ainda está em marcas e memórias que guardo dentro de mim. 

Como posso deixar de gostar de alguém que um dia me fez rir, que me abraçava tão confortavelmente, que me fazia sentir a pessoa mais importante do mundo, que era um amigo mais do que especial? Eu sei que xinguei, que esperneei, que quis o mal para aquela pessoa, mas também sei que hoje, com o coração reparado, se me encontrasse com aquele velho amigo eu ainda sentiria uma sintonia fora do comum, eu ainda captaria algumas piadas no ar e sei que mesmo enferrujada (aquela amizade que talvez só eu mantenho acesa) ainda teriam pessoas dizendo que somos grandes amigos.

Foi com o tempo que eu aprendi que podemos ser amigos de quem nos feriu. Um namoro terminado não é sinônimo do fim de uma amizade. Vamos precisar de um tempo para nós consertar, vamos soltar umas ofensas, vamos ficar arredios, mas uns machucados não matam a amizade.

Sinceramente, eu não me importo de mais tarde ser chamada de hipócrita ao manter uma amizade tão boa, mas que por um momento tanto ofendi, que por um tempo me machucou. É só que prefiro ser um pouco mais honesta comigo, o ser humano precisa ser mais honesto consigo. 

Ele precisa, urgentemente, deixar de temer a honestidade!

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