Parece brincadeira,
Que logo, logo,
Tudo voltará ao que era antes.
Que tudo volta ao normal.
Convenhamos,
Nada volta, nada é normal.
É inacreditável que,
Acordamos ao lado de quem amamos
Sem nem ao menos dizer bom dia.
Mas choraremos pela morte,
Daquela companhia.
O filho sair de casa
Mas nela não entrar,
Não voltar.
A esposa falecer em meio a uma missa.
E a morte abraçar ao marido,
Um mês depois da primeira partida.
O irmão se perder pelo mundo,
Jurando de pé junto,
Que podia se endireitar.
Inacreditável.
É tudo tão inacreditável,
Que beira a loucura.
Inacreditável é imaginar
Que tudo pode acontecer,
Sonhar que tudo pode acontecer,
Pensar que um dia isso vai acontecer,
Temer,
E chorar, pois aconteceu.
É inacreditável
Que na verdade,
Tudo isto aconteceu,
De baixo dos olhos.
Que os alertas soaram,
Os ouvidos se taparam,
A crença apagou.
Atos que ocorrem diariamente,
Mas quando passam por nossos olhos,
Quando escorre por nossos dedos,
Tornam-se inacreditáveis.
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