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Mostrando postagens de junho, 2016

Conhecimento abstrato.

Falar sobre pessoas é um pouco mais fácil do que imaginamos, mas muito mais abstrato do que nos contam. Uma mescla de incertezas que se moldam ao que tanto necessita.  Quando se para observar, somos uma pessoa diferente a cada hora, a cada lugar, em cada situação.  Então, nada mais justo do que nos conhecermos tão bem quanto nos desconhecemos. 

A vida real é um mar de incertezas.

Quando você está na escola, as pessoas tendem a lhe alertar que o mundo é uma grande arena, onde você terá que matar um gigante por vez. Quando se está na escola, as pessoas gostam de dizer que a amizade não será eterna, que um ou outro será seu amigo por longos anos e que vocês nunca mais se verão novamente. Que, lá fora, as pessoas vão ser seus concorrentes, inimigos. Que com um pouco de sorte, você ainda terá uma família bonita, um punhadinho de filhos e um trabalho digno. A escola, definitivamente, não te prepara para a vida real.

Uma cidade.

Uma cidade tem muitas coisas para contar. Segredos de dois amantes que ainda não tomaram a coragem de revelar que estão enamorados. Lágrima que caem quando a saudade do filho aflora ou quando o orgulho de formar a filha, explode. 

O ensino que nos injetam.

Tirando o meu pré-escolar, toda minha educação nasceu dos meus pais, da igreja que eu frequentava e da escola pública. Quem estudou em escola pública (sim, excluiremos o ensino superior e técnico), sabe que a qualidade maravilhosa dos investimentos feitos pelos políticos (alfinetada básica, porque eu também posso), nos leva a ter alguns professores reservas (comumente conhecidos como professores eventuais). 

Você é aquele vagão.

Olhe para todos aqueles trens lá em baixo. Há algum que está fora dos trilhos? Há algum que  parece estar no sentido contrário aos outros? Bom, eu não acho nenhum ponto fora da curva. Todos seguem, exatamente, o que foram programados para fazer.

Ela quer ficar com você.

Quando ela se aproximou, carregava um olhar tímido, rosto corado, um pouco de cabelo colado nas bochechas e um pouco desgrenhado. As unhas cumpridas (que ele só perceberia o cumprimento mais tarde) quase toavam o copo suado que continha uma bebida qualquer. - Oi – ela disse. - Minha amiga, aquela de cabelo liso que não para de olhar para cá, ela quer ficar com você.

O outro lado do repugnante.

Aconchegou-se na pequena embalagem, ainda sentia o resto de doce grudar em suas duras patas. Observou mais uma vez a chuva caindo, era noite. Uma noite quente que, pelo menos, aquela chuva refrescaria seu antigo lar... Lar... Não sabia quando voltaria, ou melhor, se voltaria.

Tudo, muito, bem.

As pessoas andam passando um Check-list para nos aceitar em seu meio. Seguir este padrão físico e psicológico é, segundo elas, a única e melhor forma de ser belo e de ser aceito. Tudo bem, ter aquele corpo, ter aquela roupa, aquela coisa. Aquela cerejinha do bolo, que te deixa a pessoa mais apetitosa e que todos querem dar a vida para ter. Tudo bem aceitar estes padrões, ser regrado por eles, presos a ele. Está tudo, muito, bem.  Mas as melhores pessoas parecem fugir dos padrões, causar uma coceira na sociedade e se tornarem únicas. No físico, na mente, nos trejeitos.  A cereja não está no topo, mas escondidas por aqui e acolá. E quebrar os padrões, ainda assim,  não muda o fato de que está bem. Está tudo bem. Tudo muito, mais do que, bem.

O que fala a minha roupa?

Eu fechei a porta do meu quarto e tremi quando o ar gelado bateu contra meu corpo ainda úmido. As janelas estavam lacradas com a lâmina de alumínio e com as cortinas pesadas que impediam qualquer vestígio de luz entrasse em meu quarto. A luz, entretanto, estava acesa. Acreditei que só eu me via, logo, não tinha quem incomodar por estar vestido apenas uma toalha enrolada sobre meu corpo e meus cabelos.

Mimimi mi mimi.

Nota inicial: Achamos que esta postagem pode não valer tanto a pena, mas ela está aqui do mesmo jeito. Você olha para o lado e seus olhos percebem que lá estão eles. Enquanto movia o rosto para melhor adequar a visão, seus ouvidos captam que há mais e mais deles em cada canto. Parecem se multiplicar como roedores, estão pelos lados, por cima e por baixo, à sua frente e nas costas.

Conte até dez e ria.

A graça da vida, que a deixa bela e radiante, é o poder de escolha que ela nos dá. As vezes, convenhamos, este poder é tão grande, que se volta contra quem o usa e atordoa a pessoa, deixa-a embriagada, tonta, a faz tropicar nos próprios pés e despencar com a bunda no chão. Ufa! Respire, conte até dez e ria. Ria enquanto as bochechas ficam coradas, o ar fica mais quente e a vergonha lhe faz chorar de rir. Afinal, é para isto que existimos, não é? Para fazer com que os outros riam de nossas caras avermelhadas pela vergonha e de nossas risadas (pois é mais gostoso rir do que chorar).