Tenho dentro de mim uma chama chamada paixão.
Céus, ela inflama como se nunca mais fosse
apagar, controla meu corpo, aquece minha alma, faz meus pulmões
suspirarem e respirarem fundo para captar o perfume desta chama, para
mostrar o quão bem faz naquele momento.
Mas ela se apaga fácil. As pessoas parecem andar
com um balde de água e gelo que extinguem a chama enquanto trinca
minha alma tão frágil. O tempo parece soprar lentamente até que
ela suma, como se ele fosse uma criança assoprando a vela de
aniversário, mas apreciando o poder que possui sobre algo tão
ínfimo.
Isto é a paixão. Uma chama que inflama de uma hora para outra, nasce sem pedir, se finge de forte, queima um pouco a pele, marca com suas lembranças e então morre.
E se alma ainda estiver grudada naquele que um dia ela foi apaixonada, então sabemos que é amor. Porque o amor não é uma chama comum, pois ele não apaga, não acaba; está mais para um bordado que mesmo já fraco ainda está lá, marcado com os buracos que a agulha criou, por onde as linhas das lembranças passaram. Um desenho cravado na essência da existência.
Mesmo diferentes, ainda são dois sentimentos
belos.
Sim, há uma chama dentro de mim que nasce e
renasce quando quer, me faz ter a mesma inocência que uma criança,
me aquecer e muitas vezes me quebra. Ai vem o tempo, vem a cura e uma
nova aventura iluminada por este fogo que pode nascer a qualquer
momento. Até que um dia a chama se esvairá e sob a fumaça haverá
alguém.
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