“Só estou avisando que eu vou”.
Há um momento na vida, onde saltamos da
adolescência para a juventude. Há um momento de ruptura, onde
nossas pernas estão presas por correntes que nos seguram, mas também
presenteiam-nos com a segurança da proteção familiar. Estamos sob
a segurança das escolhas deles, de que não nos farão mal algum,
pois já viveram mais tempo do que nós e podem fazer as escolhas que
nos encaram de frente.
Mas nossas asas imploram para alcançar o perigo
do céu. Imploram que a ventania nos carregue para cá enquanto
lutamos para ir para lá. Podemos ter o prazer de errar, de aprender
o que ninguém pode nos ensinar, de correr os riscos que a vida
jogará contra nós enquanto nos deliciamos com a adrenalina de
estarmos livres.
Quando ganhamos um jogo, em que jogamos sozinho, é
diferente. Um pouco mais gostoso.
Há um momento em nossas vidas, em que teremos que
escolher:
Ficamos e vivemos esta felicidade que só aquece
quem nos protege;
Partimos para irmos até onde a nossa felicidade
está.
Escolher entre partir e ficar é agonizante, nos
machuca. Uma hora estamos sem energia, outra, estamos ensandecidos
para cortar nossas pernas e partir. É uma mescla de desespero,
agonia, depressão. Uma expectativa que nos encara nos olhos e
impacientemente cobra a resposta que ninguém pode nos ajudar a dar.
Vai doer. Ficar ou partir, no começo, doí.
É quase uma escolha unânime soltar-se das
correntes. Depois disto, passamos a apenas avisar que estamos saindo,
passamos para a verdadeira juventude. Caçamos uma carreira que nos
agrade, amigos que nos acompanhe. Percebemos que o tempo passou mais
rápido do que queríamos, carregamos um medo natural do destino como
um chaveiro que, vez ou outra, nos lembra de que ainda se tem muito a
fazer.
Quando se decide soltar as correntes e bater as
asas, também se decide viver. Não estamos sozinhos, quando entramos
nesta nova fase, mas devemos saber que nem sempre há alguém
conosco.
Acho que nos soltamos das correntes quando pagamos o preço de ser quem somos,isso é importante para encontrarmos a verdadeira felicidade.
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