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O que fazer para sermos comprados.






Até você se amar, ninguém irá te amar.


Pensemos que a vida é um grande mercado, onde cada pessoa que passa por lá é um comprador e ao mesmo tempo um produto. Somos, agora, colocados em uma prateleira qualquer, sem uma etiqueta colorida berrando que nosso preço está mais baixo que o nosso concorrente.

Vamos esclarecer, antes de qualquer outra coisa, que não temos uma etiqueta de promoção por não necessitarmos dela. Não estamos desesperados para livrarmos de nós mesmo, não queremos que qualquer um nos leve. Este produto que nos tornamos, ainda nos agrada.

Outro motivo para não carregarmos a etiqueta é que estamos em um mundo muito interessante. As pessoas parecem mais interessadas em status do que sanar suas necessidades, agradar seus gostos. Os compradores passam por nossas prateleiras com os olhos cobiçosos, os corações vazios, os narizes empinados. Buscam, em sua maioria, algo que seja fútil e caro, algo que eles possam exibir. Ninguém, na verdade, quer economizar não é mesmo? A moda neste mundo fictício é ser rico e não consciente.

Blah! Quem é que liga para a consciência?

Com tanta informação, nos questionamos: o que precisamos fazer, para sermos comprados? Como nos vender para a pessoa correta? Como chamar a atenção sem abaixar o nosso preço ou nos erguemos até sermos comprados por um qualquer?

Caso ainda não tenha percebido, só há uma, alternativa. É necessário que você se entregue ao cruel amor-próprio. É preciso se esforçar e passar a amar quem você é.

Dentre todas as pessoas, produtos e compradores, que há neste e em qualquer outro mundo que você frequente, ninguém poderá te conhecer tão bem quanto você mesmo. Suas qualidades têm que lhe agradar, te injetar orgulho. Seus defeitos precisam ser conhecidos com tamanha perfeição que até mesmo quem vive para exaltá-los ficará abismado com a facilidade que você possui em exaltá-los ainda mais. É necessário que você não seja perfeito, perfeita. Em hipótese alguma, abrace a perfeição ou tente anunciar que é o portador dela.

Não assumimos isto, mas nunca buscamos algo, alguém, que seja perfeito. Não compramos a perfeição.

Queremos algo que um dia nos faça rir, mas no outro apimente nossas vidas com uma pitada de estresse. Que um dia se prove ser rápido, ágil, versátil, para em seguida a não funcionar nem sob reza forte.

No fundo de nossos corações, há um pequeno desejo, um punhado de apreço pelo desconhecido, por não saber como será o amanhã. Queremos que a nossa companhia seja a mescla perfeita entre certeza e incerteza. As vezes belo, as vezes desajeitado. Sério e engraçado.

Lembre-se, por fim, que uma criança que vê a outra se divertindo com um de seus brinquedos já sem graça, um brinquedo que foi largado em qualquer canto, ela passa a amar aquele brinquedo velho como se fosse novo.

A criança que brinca com o velho e sem graça tem que ser você. Quando você se ama, passa a andar de forma diferente, mais chamativa, mais bela. E assim, não precisamos mudar nossos valores, gostos, ideais ou qualquer outra coisa, para nos adaptarmos a um ambiente que não nos agradará. Somente quando nos amamos, é que começam a nos amar.

Então, fica a pergunta, o que você faz para ser comprado?



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