Para quem gosta de filmes tristes, para quem gosta
de filmes sobre a segunda guerra mundial, para quem gosta de animação
japonesa. “O túmulo dos vaga-lumes” nos faz vivenciar a segunda guerra
como duas crianças órfãs. Uma esperançosa e uma ciente das
responsabilidades que fez questão de abraçar.
Quando sentamos para assistir a obra, já somos
apresentados ao ambiente de guerra, com as duas crianças fugindo do
bombardeio em busca de um refúgio. Neste ponto do filme já
sentimos o cheiro de tragédia no ar e ele vai nos acompanhar
sentadinho a nosso lado, pois logo em seguida conhecemos o ser
humano em tempos de crise.
A história não termina bem. O filme nos adianta
isto no primeiro minuto de sua obra.
Mas o jovem Seita em momento algum deixa de pensar
na irmã, em como cuidar da saúde dela, em como manter o sorriso na
pequena, como alimentá-la. Ele trabalha, luta e rouba, faz o que
qualquer mãe faria. Ele, independente de seu futuro, tem uma missão, um objetivo, e fará de tudo para cumpri-lo.
Enquanto isto, a pequena Setsuko tenta se
prender na esperança, na alegria que se perdeu em algum lugar da
bagunça que o mundo se tornou. Ela, que ainda não entende o mundo,
também não entende porque os vaga-lumes morrem da noite para o dia,
porque o doce acaba, por que não podem dormir em uma cama quentinha
como antes. Porque será que tudo ficou tão triste e as pessoas estão partindo?
Não me lembro quando comecei a chorar, mas quando
percebi eu já chorava. Houve momentos em que eu desisti da
humanidade, que só conseguia sentir raiva e vergonha do quão cruel nos tornamos (sem exceção)
ao nos deparar com uma situação em que não há um futuro certo pela frente. Eu me
senti pesada, culpada, pedindo desculpas para Seita e Setsuko por
tudo o que a humanidade ainda está por fazer.
Por que será que os vaga-lumes morrem cedo? Por que será que a
alegria se esvai mais rápido que a tristeza? Por que será que
guerreamos, que deixamos de ser tão simples quanto as crianças?
Pois é, assistir “o túmulo dos vaga-lumes” é
mais difícil do que parece e falar sobre ele sem dar spoiler é
quase impossível. É uma obra que quebra a arrogância de qualquer ser humano.
"Por que os vaga-lumes morrem tão cedo?"
Em novembro de 1989 o Studio Chibi, através da direção de Isao Takahata e autoria de Akiyuki Nosaka, nos entrega uma animação capaz de ensinar o que é ser uma criança nos tempos de guerra. Entrega um filme verdadeiramente belo e triste.
Sinopse:
Um dos filmes mais assistidos no Japão, Túmulo dos Vagalumes narra a história de dois irmãos que perdem tudo durante a Segunda Guerra Mundial. Este filme conta o outro lado da Guerra, sendo considerado um clássico.
Notas:
.1 Cometi o erro de perguntar ao Google se ele
conhecia uma animação japonesa triste e curta. Eu queria um anime
de poucos episódios ou um filme bem escrito que me fizesse chorar e
limpar a alma. Coisa de pessoa sentimental demais. No fim das contas,
perguntei se ele conhecia alguma obra curta que pudesse me voltar a
vontade de viver.
.2 Os irmão Seita e Setsuko são duas crianças
gentis que acabam, em um determinado momento, se refugiando na casa
de alguns parentes. Na guerra a comida é escassa e a dona da casa
começa a reclamar da comida que estão perdendo com duas crianças
que já deveriam trabalhar para comprar o próprio alimento. Pensando
que se trata uma criança de 14 anos e outra de 4, sim a mulher tinha
razão, as duas crianças já podiam trabalhar e se sustentar (olha o
sarcasmo).
.3 Se você já viu a obra, sabe que a imagem abaixo é a maior crueldade que a humanidade atual poderia inventar para com os fãs.
Comentários
Postar um comentário
Deixe seu ponto de vista!