Perdi às contas, literalmente, de quantas vezes
eu escutei moças falando que ama seus cabelos cacheados ou crespo,
mas que pensava em alisar para parar de passar vergonha quando o
cabelo não ficava, de jeito nenhum, definido.
Se tem uma coisa que aprendi com meu cabelo, é
que beleza não tem uma definição verdadeira.
Algumas vezes tenho uma grande preguiça de
revitalizar meus cachos ao ter que sair de casa. As vezes,
simplesmente, não tenho ânimo para umedecer as mechas, amassar elas
com creme apropriado, passar óleo nas pontas, esperar secar ou secar
com o secador. Algumas vezes eu somente não quero perder meu tempo
cuidando dos meus cabelos e sim dormir um pouco mais.
Lembro que uma vez a preguiça me pegou quando eu
estava me arrumando para ir para a balada. Neste caso, prendi meus
fios em um rabo de cavalo tradicional, coloquei uma roupa qualquer e
sai. Foi neste dia, quando eu estava casual, de cabelos parcamente
arrumados, que eu bati meu recorde de cantadas.
Cachos não precisam ser molinhas perfeitas, podem ser, também, ondas imperfeitas espiraladas para onde bem desejar. O
fios lisos não precisam ser impecavelmente escorridos ou com o
movimento que as capas de revista nos mostram. As vezes nos
preocupamos tanto em ficar impecáveis para a sociedade, que nos
padronizamos.
Padronizar não, necessariamente, é algo bonito. Não
mostra nossa essência, não diz nada sobre quem somos, quem queremos
ser.
O importante, meu cabelo me ensinou, é
simplesmente estar de bem com a vida.
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